Semana do autismo começa em Volta Redonda
quinta-feira, 4 de abril de 2013A Apadem (Associação de Pais de Autismo em Volta Redonda, no Estado do Rio de Janeiro) realizou, na manhã 02 de março atividades recreativas para os autistas e seus familiares no Zoológico Municipal, em lembrança ao Dia Mundial do Autismo, celebrado anualmente em 2 de abril. Este ano, o tema da 4ª Semana de Conscientização é “Com a lei, Volta Redonda vai além”.
De acordo com a presidente a Apadem, Cláudia Moraes, o dia Dia Mundial do Autismo foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) e passou a ser comemorado a partir de 2007.
– Os órgãos se atentaram que o número de autistas estava crescendo consideravelmente, e que a sociedade tratava com preconceito a doença porque não conhecia as informações básicas da síndrome. Uma população que conhece o assunto registra menores índices de discriminação – disse.
Ela esclareceu que a Apadem é a única associação que consiste no amparo para os portadores e familiares que desconhecem as formas de minimizar os efeitos do autismo.
– Em função da demanda, uma associação está iniciando as atividades em Resende. Nosso desejo é que sejam criados mais órgãos e que eles cresçam rápido. O número de núcleos esclarecedores é essencial, já que o diagnóstico antecipado reduz a chance dos portadores permanecerem dependentes em todas as atividades – falou.
O autismo, segundo a presidente, não tem cura, porém o tratamento adequado e com a participação de profissionais capacitados pode minimizar as consequências negativas.
– Quanto mais cedo a criança é diagnosticada, mais cedo ela vai chegar próximo do estado normal. Mesmo as que possuem o autismo em grau severo conseguem desenvolver uma melhora considerável – explicou.
Os sintomas de crianças com autismo, de acordo com ela, podem ser facilmente detectados através da tendência ao isolamento e utilização contrária dos brinquedos.
– As crianças não procuram os amigos para brincar. Geralmente gostam de permanecer sozinhas, em um mundo particular. Os portadores não realizam o movimento normal de um carrinho de brinquedo na cidade de Volta Redonda. Eles normalmente viram o carrinho e começam a brincar somente com as rodas. As características podem ser identificadas, já que as atitudes diferem das crianças típicas – completou.
Alterações
Segundo Cláudia, o autismo é caracterizado por ser um transtorno no desenvolvimento. Ela explicou que as alterações também podem ser percebidas na falta de fala ou na repetição de frases que são ouvidas na televisão.
– Todas as pesquisas levam a crer que o problema é desencadeado por uma alteração genética. A medicina tenta identificar os genes que ocasionam o problema para iniciar a busca pela cura. Acredito que a ciência necessite de aproximadamente dez anos para encontrar a solução – frisou.
A presidente afirmou que os órgãos habilitados contabilizam que Volta Redonda possui aproximadamente 2,5 mil autistas atualmente , sendo que esse número cresce para dois milhões no Brasil.
– Em 2002 os dados apontavam que havia um autista para cada dez mil crianças nascidas. Em 2013 já existe um portador para cada 88 crianças. Porém, existem pesquisas que já afirmam que é um autista para cada 50, a proporção é muito grande em comparação com a média da população – acrescentou.
Dependendo a severidade do autismo, Cláudia afirma que a criança pode ser alfabetizada em escolas regulares, porém a avalição é definida através do grau.
– Crianças que se enquadram no grau leve possuem facilidade de aprendizado, já que têm a inteligência e a fala preservada. O problema fica por conta da interação social. Já os portadores de autismo intermediário e severo necessitam de um estudo estruturado, que parte do ensino baseado no visual – argumentou.
Tratamentos
A Escola Municipal Professora Dayse Mansur, no Jardim Paraíba e o Semeia (Sítio Escola Municipal Espaço de Integração do Autista), segundo Cláudia, são as unidades escolares especializadas no atendimento aos autistas na cidade.
– A primeira atende os portadores de quatro a 16 anos, e a segunda oferece atendimento para os adolescentes. Outro ponto que favorece o desenvolvimento dos portadores é a ecoterapia. Além disso, contamos com o diagnóstico precoce na Policlínica da Cidadania – disse.
Ela esclareceu que somente os neurologistas e psiquiatras fazem o diagnóstico do autismo, porém o acompanhamento da evolução precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar.
– Precisam também de terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogas, psicólogos e nutricionistas. Ainda não existem medicações, porém alguns tratamentos podem amenizar os sintomas de doenças que acompanham o autismo – pontuou.
A diretora geral do Semeia, Sandra Maia, afirmou que as unidades especializadas usam o método americano “teach”, que consiste no aprendizado através de cartões.
– Além disso, eles têm aulas de Educação Física, Informática, Oficinas Pedagógicas e Artes. Temos também uma casa-modelo, que simula situações convencionais. Nesse exemplo eles aprendem como utilizar os eletrodomésticos, limpar a casa e organizar os cômodos. Nossa intenção é desenvolver a independência nos alunos – justificou.
Sandra explicou que a cor predominante nos eventos de autismo é o azul – pois, a cada quatro casos diagnósticos em meninos, somente um acomete o sexo feminino.
– O objetivo dos eventos é fornecer informação para a população que desconhece os sintomas. Muitas pessoas pensam que eles são agressivos, porém é a dificuldade na comunicação a responsável pelo comportamento. Se bem acompanhados, os autistas são capazes de produzir diversas atividades – concluiu.
Fonte: Diário do Vale
Mais notícias sobre Volta Redonda:
- Volta Redonda promove aula inaugural do Projovem Adolescente
- Alex Cohen faz show no Black Jack Pub em Volta Redonda
- Festival aproxima artes plásticas dos moradores de Volta Redonda
- Espetáculo Comédia em Preto e Branco estará em cartaz nesse fim de semana em Volta Redonda
- Monobloco e Fernando e Sorocaba não confirmam show em Volta Redonda