A Caixa Econômica Federal espera financiar mais de R$ 1 bilhão para a compra de mais de 8 mil imóveis na nona edição de seu Feirão da Casa Própria. A estimativa foi feita ontem pela superintendente da instituição no Estado do Rio de Janeiro, Nelma Tavares, durante a abertura do feirão, que vai até amanhã na capital. Em guia Volta Redonda, o Feirão será realizado nos dias 15 e 16 de junho, no Recreio do Trabalhador, na Vila Santa Cecília. A expectativa é que 35 empresas estejam presentes para atenderem cerca de cinco mil interessados.

O volume estimado inclui negócios fechados durante o feirão e aqueles cuja negociação é iniciada durante o evento para ser concluída depois. Segundo a superintendente, o grande diferencial do feirão deste ano é a possibilidade de contratar um financiamento agora, mas só começar a pagar em janeiro de 2014.

“As pessoas costumam gastar muito com a entrada, com o registro de imóveis, as certidões. Então, isso dá um certo alívio. Dá também a possibilidade de as pessoas mobiliarem o imóvel. Muitas aqui estão montando uma casa nova, então elas têm sete meses para se organizar e pagar a primeira prestação”, disse Nelma.

Júlia Freitas, de 25 anos, foi ao feirão com o namorado, em busca do seu primeiro imóvel na cidade de Volta Redonda. “A gente veio dar uma olhadinha, com a expectativa de ver um imóvel mais barato. Não tem problema ser usado.”

O 9º Feirão da Casa Própria, realizado no Riocentro, na zona oeste do Rio, está oferecendo 31.820 imóveis em 11 cidades fluminenses, entre elas a capital. Os valores dos imóveis variam entre R$ 85 mil e R$ 1,9 milhão. A expectativa é receber 60 mil visitantes nos três dias do evento.

Brasília

Também ontem, começou em Brasília o 9º Feirão Caixa da Casa Própria. Até amanhã, serão oferecidos mais de 10.400 imóveis na região, além de novidades para os interessados em adquirir um imóvel. Quem contratar o financiamento no período do Feirão, vai pagar a primeira prestação apenas em janeiro de 2014. A condição é válida para financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que forem concedidos durante o Feirão, ou em uma das agências da Caixa.

Segundo o superintendente regional da Caixa, Elício Lima, o Feirão oferece boas condições para quem deseja adquirir um imóvel. “É uma oportunidade especial, pois o visitante encontrará, no mesmo local, todos os agentes do segmento da construção civil, como construtoras, imobiliárias e cartórios. Além disso, o cliente pode contar com a equipe técnica da Caixa e com as condições especiais deste Feirão. A principal novidade é o pagamento da primeira prestação a partir de janeiro de 2014”, lembra.

Em 2012, mais de 36 mil pessoas visitaram o Feirão, em Brasília, quando foram assinados e encaminhados 4.139 negócios, o equivalente a mais de R$ 938 milhões. Este ano, o evento contará com cerca de 50 construtoras e mais de 41 imobiliárias.

No primeiro trimestre de 2013, no Distrito Federal, a Caixa assinou 8.385 contratos habitacionais, no total de R$ 1,16 bilhão em financiamentos. Com recursos provenientes do FGTS, foram 5.429 contratos, referentes a R$ 477 milhões. Já com recursos do SBPE, foram assinados 2.956 contratos, que somaram R$ 684 milhões.

Como funciona o Feirão:

O evento reúne, num único espaço, representantes de todo o segmento da habitação: construtoras, corretores, cartórios e técnicos da própria Caixa, responsáveis por analisar e autorizar os financiamentos. O cliente pode conhecer o imóvel, dar entrada na documentação necessária ao financiamento e até fechar o negócio.

Cartão

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou anteontem que o governo estuda a criação de um cartão para que os mutuários do Programa Minha Casa, Minha Vida possam adquirir eletrodomésticos básicos, como fogão e geladeira. “Nós ainda estamos definindo como vão funcionar as modalidades [crédito]”, disse o ministro. Mantega não deu mais detalhes das medidas.

A proposta foi discutida pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, que se reuniram antes com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. A empresária Luiza Helena Trajano, presidente do grupo varejista Magazine Luiza, que comercializa eletrodomésticos em todo país, também participou da reunião.

O ministro da Fazenda não quis antecipar se haverá recursos do Tesouro Nacional nas operações, para compensar a diferença entre as taxas de mercado e as que serão cobradas dos beneficiários.

A dona do grupo varejista disse que a proposta do governo ainda não está definida e que o Magazine Luiza vai estudar que produtos serão ofertados e por que preço. “Eles [o governo] ainda estão estudando e ainda vão decidir. A gente só veio ver como vai funcionar [o programa]. Não temos propostas concretas ainda”, disse.

Ao deixar a reunião no ministério da Fazenda, a ministra Miriam Belchior, afirmou que o governo deve anunciar a proposta na semana que vem. Questionada sobre se o benefício vai ser suficiente para comprar uma máquina de lavar, Miriam respondeu bem-humorada, “máquina de lavar automática e não um tanquinho”.

Fonte: Diário do Vale