Baixas temperaturas aumentam em 95 por cento ocupação em albergue de Volta Redonda
quarta-feira, 29 de maio de 2013Com a queda na temperatura, os moradores de rua de guia Volta Redonda já aumentaram em 95% a lotação do Serviço de Acolhimento Instituto Albergue Seu Nadim, no bairro Nossa Senhora das Graças. Dos 35 quartos disponíveis no abrigo, 31 estão ocupados desde o início do mês. Do número de ocupantes, 85% são de usuários de drogas lícitas, como o álcool. Já os dependentes de crack ocupam 6% das vagas.
O coordenador do Albergue Seu Nadim, Hélcio Mendes Damaciano, explicou que o espaço atende pessoas com idade acima de 18 anos e que estejam em estado de vulnerabilidade social.
– Com a chegada do frio, comum no outono e inverno, os moradores ficam sensíveis à temperatura. É nessa época do ano que o albergue alcança sua lotação máxima. Nesse caso, utilizamos os quartos de abrigos particulares – completou.
As demandas atendidas, segundo o coordenador, variam entre as procuras espontâneas e abordagens sociais feitas nos pontos de maior incidência no município.
– Os conflitos familiares, o uso de drogas e o desemprego são os principais fatores que colaboram para que as pessoas deixem suas residências e habitem as ruas e viadutos. Em função do valor acessível, os moradores iniciam o contato com as drogas pelo crack. Muitos usuários chegam debilitados, já que o uso contínuo da substância retira o apetite – acrescentou.
Para o coordenador, o estudo sistemático dos pontos onde se concentram os moradores de rua colabora no direcionamento das atividades e no balanço positivo de pessoas recuperadas.
– Contamos com equipes especializadas, que realizam rondas programadas em três horários por dia. Os profissionais são orientados a promover vínculo com os moradores. Para direcionar as abordagens, as equipes monitoram os bairros com altos índices de moradores de rua. O Aterrado ainda é o local que reúne o maior número de pessoas em situação de vulnerabilidade social – relatou.
Hélcio declarou que as estatísticas de problemas sociais apontam que os bairros Aterrado e Vila Santa Cecília – além da Avenida Amaral Peixoto, no Centro – são, respectivamente, os líderes em população de rua.
– Nesses pontos trabalhamos com a instalação de tendas itinerantes. Além disso, nas áreas críticas contamos com o auxílio da Guarda Municipal. A presença de um agente do órgão influencia na redução desse grupo. Nas proximidades da Praça da Chaminé, o número de moradores de rua e usuários de drogas diminuiu desde o início da ronda direcionada – frisou.
A estrutura do albergue, de acordo com o coordenador, pode ser utilizada por migrantes que desembarcaram no município por baldeação de viagem ou busca por empregos.
– O Serviço de Atendimento ao Migrante é disponibilizado na Rodoviária Prefeito Francisco Torres. No local, uma equipe multidisciplinar está preparada para atender aos solicitantes do abrigo. Conforme a avaliação da situação, o núcleo disponibiliza os mecanismos necessários para que o migrante retome a sua viagem – salientou.
A chegada
Após a chegada ao abrigo, Hélcio esclareceu que a pessoa que procura o serviço é recebida por um cuidador social, que realiza a triagem e direciona o serviço na cidade de Volta Redonda.
– O segundo passo é a entrevista com o serviço de assistência social e psicologia. A equipe, em conjunto, elabora a proposta do tratamento do vício ou problema de saúde. Nosso serviço é baseado na colaboração da integração da rede, buscando resgatar a dignidade e cidadania do antigo morador de rua. Após a conclusão do tratamento, a equipe promove a inserção e resgate do indivíduo – afirmou.
A inclusão no mercado de trabalho, segundo o coordenador, é feito durante o tratamento do usuário. Ele explicou que no caso de dependência química, o curso de Cuidador de Praça é oferecido como complemento do processo de recuperação.
– Com as técnicas que são assimiladas, eles são inseridos no mercado de trabalho. Dependendo da aptidão da pessoa assistida, as empresas parceiras oferecem emprego no setor de construção civil, supermercados e siderurgia – enfatizou.
A assistente social do Albergue Seu Nadim, Priscila Perruti da Silva, relatou que a tarefa mais difícil após a conclusão do tratamento é a aceitação familiar.
– Os vínculos entre os usuários e os familiares são quebrados em função do desgaste causado pelas drogas. Durante as visitas domiciliares, as famílias se recusam em abrigar novamente. Tem filhos que garantem que o pai não é a mesma pessoa que está no albergue. É uma situação difícil, pois o convívio com familiares e amigos é essencial para a recuperação ou recaída do indivíduo – concluiu.
Fonte: Diário do Vale
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